quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Em casa



Já em casa, claro. Aliás, já passaram quase 2 semanas desde que regressámos de Paris para a nossa bela casa, no nosso fantástico país, nas magníficas praias de Gaia, com este maravilhoso tempo :)
Parece que o inverno não quer chegar, o céu inabalavelmente azul e as temperaturas sempre entre 15º e 20º. Era bom que durasse, mas já sei que tem que chover, já sei, já sei, a água blá blá a seca blá blá, já sei.
Não tenho tido tempo para escrever. Não que alguém dê por isso, claro. Nunca disse a ninguém que tinha iniciado o blog e portanto penso que não tem tido grandes visitas. Já tem 1 comment simpático de um visitante que terá vindo cá parar provavelmente por engano, com certeza.
O filhote P. está cada dia mais lindo, esperto e mau-feitio. Quanto mais olho para ele, mais angustiada fico com a possibilidade da M. nascer com algum problema que a incapacite. Tenho medo de como vamos ser capazes de gerir a educação dos dois, sem prejudicar nenhum deles.
O Prof. Yves Ville (médico obstetra do Hospital de Poissy) achou que era melhor que eu tomasse Valaciclovir até ao final da gravidez para diminuir a carga viral que, pelos vistos, ainda é um bocadinho elevada. Então ando a tomar uma dose cavalar destes comprimidos (Valtrex) que ainda por cima são caríssimos. Fizémos as contas e vamos ter que gastar cerca de 650 € com esta medicação até ela nascer. Claro que este é o menor dos nossos problemas. Endividar-me-ía até aos cabelos se isso garantisse a saúde da minha filha. Mas não garante. De qualquer forma o médico aconselhou e, desde que não nos faça mal, não vejo razão nenhuma para não tomar os medicamentos apesar do pediatra do P., por quem eu tenho a maior consideração, achar que é irrelevante a carga viral nesta altura do campeonato.
Ela mexe muito, o que me deixa confortada. Estou ansiosa que ela nasça mas nunca na minha vida tive tanto medo de nada como tenho do dia em que ela nascer. Sei que a nossa vida vai mudar, claro, como mudou quando o P. nasceu. Mas tenho medo que mude de mais. Sobretudo tenho medo por ela. Já cheguei à conclusão que serei capaz de todos os sacrifícios que forem necessários por ela. Sei que o problema não sou eu nem a minha vida. Tenho capacidade de me adaptar ao que vier. A questão é ela, a vida dela, a felicidade dela. O que me preocupa é tudo aquilo que eu não posso controlar. Como mãe, sinto que, por enquanto, a responsabilidade da felicidade do P. é totalmente minha, pelo menos até certa idade. Assusta-me não ser capaz de a fazer feliz.

2 comentários:

  1. Eu pensava exatamente assim, enquanto grávida da minha terceira filha, pois havia a possibilidade dela nascer com algum problema, uma vez que no exame da translucência nucal deu alteração, realmente só pensamos neles o que pode vir a acontecer, como será a vida no caso dela, é muito louco.
    No final, graças a Deus ela nasceu com a alteração cromossomica, mais conhecida como Síndrome de Down. Hoje eu sei que ela vai ser muito feliz, pelo menos no que depender de mim. Com você será igual, tenho certeza.
    Bjos no coração
    Lourdes mãe da Lia Luiza, hoje com 2 anos e 6 meses.

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  2. Tu és uma mulher extraordinária, de uma força e determinação admiravel!

    :)

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