sexta-feira, 12 de setembro de 2008

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Rotina

Uma vergonha de blogger é o que eu sou.
Onde é que já se viu, 5 meses de intervalo entre cada post...
Entrei naquela rotina parva que normalmente vemos nos filmes que estereotipam as mães de família que não têm vida própria. Acorda de manhã com a criança a chorar. Dá de mamar. O outro acorda. Dá o biberão. Toma banho. Balança. Veste qualquer coisa muito pouco na moda porque se recusa a comprar roupa enquanto não regressa a uma forma aceitável. Muda uma fralda. Veste um filho. Muda outra fralda. Veste outro filho. Faz as camas. Verifica as mochilas. Mete as crianças no carro. Deixa as crianças no infantário com ou sem choradeira. Segue para o trabalho. Tem um dia mais ou menos consoante a disposição de uns e outros. Sai do trabalho. Faz umas compras (de supermercado claro, havia de ser o quê? Jóias?). Segue para o infantário. Ó Mãe, ele hoje arranhou outra vez mais dois meninos. (as unhas que ficaram por cortar). Ó Mãe, ela está muito constipadinha, é melhor fazer umas nebulizações. Segue para casa. Dá um banho. Dá outro banho. Dá de mamar. Faz o jantar. Chega o marido. Jantam uns à mesa, outros não, uns antes e outros depois. Marido arruma a cozinha como só ele. Um bocadinho de brincadeira. Cavaínho mamã cavaínho. Muda um fralda. Pensa pela enésima vez que está mais do que na hora de ganhar coragem para lhe tirar as fraldas. Muda outra fralda. Lava uns dentes. Deita um. Deita outro. Conta uma história. Canta boa noitxi mamã. "Boa noitxiiii, djiga ao menos boa noitxiiiii, abra ao menos a janelaaaaaa, pois eu canto é prá vocêêêê êêêê." 45 minutos de passadeira, velocidade 6, objectivo 400 calorias a ver um episódio repetido da Dharma e do Greg. Lava os dentes. Aterra na cama completamente estoirada. Toda a gente dorme.
E penso: Não trocava esta "vidinha mais ou menos" por nada. Sou a mulher mais feliz do mundo.
...Mas não me sobra muito tempo para vir actualizar este blog.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Ainda mexe.

Pois é, mais de 1 mês sem conseguir vir aqui escrever. Não quero deixar morrer este blog. Mas, na verdade, esta vida com dois filhos, uma com 1 mês e meio e outro com dois anos deixa-me muito pouco tempo livre.
A Maria continua bem, a desenvolver normalmente. Amanhã vamos fazer mais uma ecografia à cabeça para ver o estado do tal quisto subependimário que o Pediatra diz que não tem importância nenhuma. Brevemente vamos também fazer um raio-x aos pulmões porque na gravidez foi detectado um pequeno quisto no pulmão do lado esquerdo. Logo se vê, mas estou optimista.
Eu faço parte de um daqueles interest groups da Yahoo, de pais que têm filhos que nasceram com CMV. A maior parte dos casos são graves, pois penso que nos casos em que tudo corre bem os pais acabam por se desligar do assunto cmv. Hoje recebi uma mensagem de uma mãe de inglaterra que teve um filho com cmv congénito que nasceu em Janeiro de 2006. O caso foi de tal maneira grave que o bebé, depois de ter estado internado 3 semanas no hospital após o nascimento, veio a falecer 8 dias depois de ter chegado a casa. Fico de rastos quando vejo estas histórias. Esta mãe, como muitas outras, foi surpreendida no parto. Nem sequer sabia o que era cmv nem que ela ou o seu filho tinham sido infectados durante a gestação.
Às vezes penso que as pessoas que me rodeiam e que assistiram ao stress todo que foi esta gravidez, ao verem a Maria tão bem, devem pensar que eu fiz uma tempestade num copo de água porque, no fundo, até não havia problema nenhum. O Pediatra da Maria diz que este vírus é uma lotaria. E eu, pelos vistos, estou milionária.
E esta história porquê? Porque decidi que tenho que fazer alguma coisa. Não posso fazer muito até porque não sou médica nem cientista nem coisa que se pareça, e portanto não posso estudar o vírus e inventar uma vacina. Mas penso que posso iniciar uma espécie de associação nacional para prevenção do CMV congénito. O objectivo é conseguir passar a palavra sobre:

- o perigo de uma infecção primária por cmv na gravidez;
- grupos e factores de risco;
- a importância das análises antes e durante a gravidez;
- atitudes preventivas;
- terapias experimentais;
- diagnóstico in-utero;

O vírus na gravidez é raro. Por isso, pelos vistos, ninguém lhe presta muita atenção. O que eu queria era mesmo aumentar a consciência pública do cmv, em particular para quem pensa engravidar. Já pedi à Raríssimas (Associação da qual sou sócia, aliás já era antes de engravidar da Maria) ajuda para iniciar esta epopeia.