quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Ainda mexe.

Pois é, mais de 1 mês sem conseguir vir aqui escrever. Não quero deixar morrer este blog. Mas, na verdade, esta vida com dois filhos, uma com 1 mês e meio e outro com dois anos deixa-me muito pouco tempo livre.
A Maria continua bem, a desenvolver normalmente. Amanhã vamos fazer mais uma ecografia à cabeça para ver o estado do tal quisto subependimário que o Pediatra diz que não tem importância nenhuma. Brevemente vamos também fazer um raio-x aos pulmões porque na gravidez foi detectado um pequeno quisto no pulmão do lado esquerdo. Logo se vê, mas estou optimista.
Eu faço parte de um daqueles interest groups da Yahoo, de pais que têm filhos que nasceram com CMV. A maior parte dos casos são graves, pois penso que nos casos em que tudo corre bem os pais acabam por se desligar do assunto cmv. Hoje recebi uma mensagem de uma mãe de inglaterra que teve um filho com cmv congénito que nasceu em Janeiro de 2006. O caso foi de tal maneira grave que o bebé, depois de ter estado internado 3 semanas no hospital após o nascimento, veio a falecer 8 dias depois de ter chegado a casa. Fico de rastos quando vejo estas histórias. Esta mãe, como muitas outras, foi surpreendida no parto. Nem sequer sabia o que era cmv nem que ela ou o seu filho tinham sido infectados durante a gestação.
Às vezes penso que as pessoas que me rodeiam e que assistiram ao stress todo que foi esta gravidez, ao verem a Maria tão bem, devem pensar que eu fiz uma tempestade num copo de água porque, no fundo, até não havia problema nenhum. O Pediatra da Maria diz que este vírus é uma lotaria. E eu, pelos vistos, estou milionária.
E esta história porquê? Porque decidi que tenho que fazer alguma coisa. Não posso fazer muito até porque não sou médica nem cientista nem coisa que se pareça, e portanto não posso estudar o vírus e inventar uma vacina. Mas penso que posso iniciar uma espécie de associação nacional para prevenção do CMV congénito. O objectivo é conseguir passar a palavra sobre:

- o perigo de uma infecção primária por cmv na gravidez;
- grupos e factores de risco;
- a importância das análises antes e durante a gravidez;
- atitudes preventivas;
- terapias experimentais;
- diagnóstico in-utero;

O vírus na gravidez é raro. Por isso, pelos vistos, ninguém lhe presta muita atenção. O que eu queria era mesmo aumentar a consciência pública do cmv, em particular para quem pensa engravidar. Já pedi à Raríssimas (Associação da qual sou sócia, aliás já era antes de engravidar da Maria) ajuda para iniciar esta epopeia.